Estudo mostra que o desmatamento, a perda de biodiversidade e os danos econômicos causados às comunidades que vivem perto de barragens não foram levados em conta no custo desses projetos. As grandes barragens também ignoram os efeitos das mudanças climáticas.
Enquanto a maioria dos países desenvolvidos reduziu a construção de grandes barragens para a produção de eletricidade nas últimas décadas, os países em desenvolvimento, incluindo o Brasil, embarcaram em desenvolvimentos hidrelétricos ainda mais maciços.
Esses países não contabilizaram os impactos ambientais das grandes barragens, que incluem o desmatamento e a perda de biodiversidade, ou as consequências sociais, como o deslocamento de milhares de pessoas e os danos econômicos que sofrem.
Esses efeitos devem ser computados no custo total de tais projetos. Pior ainda, esses projetos ignoram o contexto da mudança climática, o que levará a menores quantidades de água disponível para armazenamento e geração de eletricidade.
O alerta vem de um artigo de pesquisadores da Michigan State University nos Estados Unidos, publicado em Proceedings of the National Academy of Sciences.
O autor principal é Emilio Moran, professor visitante da Universidade de Campinas (UNICAMP) no Estado de São Paulo, Brasil, e investigador principal de um projeto de pesquisa apoiado pela Fundação São Paulo de Pesquisa - FAPESP, no âmbito do programa São Paulo Excellence Chair - SPEC, destinado a estudar o impacto social e ambiental do desenvolvimento hidrelétrico de Belo Monte, perto de Altamira, no Pará.
"Argumentamos que, para que a construção de grandes barragens nos países em desenvolvimento continue, ela deve ser sempre precedida de uma avaliação cuidadosa de seu custo real, incluindo o impacto ambiental e social", disse Moran.
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