O Incêndio que enfureceu Rick Wakeman no Hotel Nacional em 1981

Veja matéria em https://www.instagram.com/p/CTxy1btJX7D/ (tem 4 fotos), transcrita abaixo:

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O tecladista britânico Rick Wakeman, expoente do rock progressivo, estava na piscina do Hotel Nacional, em São Conrado, no Rio, na tarde de 13 de setembro de 1981, quando viu um volume sinistro de fumaça saindo do 28º andar. Naquele domingo, há 40 anos, o músico, que estava na cidade para um show no Maracanãzinho, percebeu-se num pesadelo ao lembrar que sua mulher dormia numa suíte do 26° piso. O Corpo de Bombeiros foi acionado, mas, até a situação se resolver, muitas pessoas ficaram encurraladas em seus quartos devido à fumaça.

Desesperado, um hóspede se pendurou do lado de fora do 28º andar, mas foi contido por um segurança antes de se jogar. Para evitar novas tentativas como aquela, funcionários escreveram em letras gigantes o pedido de "Não pule", na pista no entorno do hotel. O fogo e a fumaça, que transformaram o edifício numa enorme chaminé, atraíram a atenção de dezenas de banhistas na praia de São Conrado. A situação resgatou a memória de um incêndio no mesmo local em que dez pessoas haviam morrido, em 1977. Quatro anos depois, felizmente, ninguém se feriu.

O fogo começou numa sala do 28º pavimento onde ficava a central do sistema de som do hotel, devido a um curto-circuito. Imediatamente, as chamas alcançaram um cômodo vizinho, que servia de depósito de roupas de cama, colchões, cadeiras e camas. O material serviu de combustível para o fogo. Aquele foi o terceiro incêndio no prédio que, ainda nos anos 80, tornar-se-ia um reduto cultural carioca ao abrigar o primeiro festival de cinema do Rio e nove edições do extinto Free Jazz Festival. Em 1995, o hotel fechou as portas e só foi reaberto em 2016.

📷: José Renato Freitas (fotos 1 e 3) e João Roberto Ripper (foto 2)

A quarta imagem (foto cima) mostra o tecladista Rick Wakeman no Hotel Nacional em 1975

#acervooglobo #hotelnacional #rio

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Comentei assim na postagem no Instagram:

Dias depois do relatado na matéria acima, em 16 de setembro de 1981, dia do segundo show "1984" de Wakeman e banda no Maracanãzinho, fui para o Hotel Nacional de manhã tentar pegar um autógrafo do meu ídolo, o Rick. Passei o dia lá no saguão tentando chegar até ele. Lá pelo meio da tarde, alguns músicos desceram e conversei em inglês com todo mundo da banda, especialmente com o baterista, Tony Fernandez, em espanhol. E nada do Rick aparecer. Encontrei o empresário dele e entreguei-lhe minhas folhas de papel e minha caneta, pedindo que me conseguisse o tão desejado autógrafo. Foi muito simpático o agente. De repente vi que toda a banda se mobilizou e entraram todos numa van... sem o Rick. Pensei: "Vão pegá-lo em algum lugar" e saí correndo pela rua como um louco, esbaforido, atrás do veículo, que por sorte não foi muito longe. A van parou no hotel ao lado, o Intercontinental. Corri voando lobby adentro e vi o empresário esperando alguém sair do elevador. Para minha alegria era ele, Rick Wakeman. Corri e o empresário me reconheceu, dizendo sorrindo: "Já ia pedir ao Rick o autógrafo para você". Imaginei que Wakeman seria alto, gigantesco, mas era um pouco mais baixo que eu. Wakeman sorriu-me e perguntou-me se eu era alemão — eu usava uma parka do exército germânico com a bandeira alemã no braço. "No, no, I'm Brazilian", e apertei a mão daquele gênio. Abracei-o e lhe agradeci por ele existir e por nos brindar com sua obra. Carinhoso, escreveu seu autógrafo e deu-o para mim. "See you in the show. oh-bri-gá-dou!", disse-me. E nos despedimos. O que me contaram depois foi que Rick tinha se desentendido com a gerência do Hotel Nacional devido a um problema que a esposa teve no elevador. E resolveu trocar de hotel. Só hoje aqui nesta postagem fiquei sabendo o que realmente houve. Muito obrigado.

Aqui está o autógrafo dele para mim:

Autógrafo do Rick Wakeman para mim em 1981-09-16 no Hotel Intercontinental, São Conrado, Rio de Janeiro, Brasil. Lê-se: "To Carlos / best wishes / Rick Wakeman"



Recortes adicionais:

Matéria: "Incêndio dá susto mas destrói só depósito no Hotel Nacional" — explica o que aconteceu com a esposa de Rick Wakeman. Jornal do Brasil, 1º caderno, 2º clichê, segunda-feira, 1981-09-14, página 14 — http://memoria.bn.br/DocReader/030015_10/39843 — Para ler: https://photos.app.goo.gl/HgRBAsAJPQipujH78 



Anúncio dos shows de Rick Wakeman no Maracanãzinho. Jornal do Brasil, Caderno B, terça-feira, 1981-09-15, página 5 — http://memoria.bn.br/DocReader/030015_10/39901 — Para ler: https://photos.app.goo.gl/a1xF3hu9bnK9VrrG9 


Anúncio dos shows de Rick Wakeman no Maracanãzinho em 1981-09-15 e 16 à 21h. Jornal do Brasil, Caderno B, quarta-feira, 1981-09-09, página 8 — http://memoria.bn.br/docreader/030015_10/39468 — Para ler: https://photos.app.goo.gl/PXiYWVMcGQCG8jsG6 




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