ALUCINADO: Uma busca que me tomou mais de 50 anos


Meu avô paterno, José Lourenço, vulgo Dodô, tinha um disco fonográfico de 10 polegadas de goma-laca 78 rpm <http://bit.ly/2Xfwgpy>, com uma única faixa cantada, uma melodia rápida que me encantava.

Meu pai pegou emprestado o disco e eu passei a ouvi-lo sem parar na Victrola da sala. Impressionavam-me a velocidade do canto e as três vozes em harmonia e sincronizadas, cantando em tonalidades distintas.

Eu tinha uns 4 ou 5 anos de idade nesse tempo. Até que um dia dei bobeira e o disco caiu no chão, espatifando-se. Fiquei arrasado. Levei bronca da minha mãe, mas nada sério. Dodô foi totalmente cool ante o ocorrido. Mas aquilo me marcou.

E desde então vinha procurando descobrir qual música era aquela, da qual não sabia nem o nome. Alguns anos atrás já tinha descoberto que a melodia era "Afrikaan Beat", de Bert Kaempfert. Mas a versão cantada que eu queria... essa eu não achava de jeito nenhum.

Até que hoje, 26 de junho de 2019, após dezenas de tentativas no Google desde que ele entrou no ar, refiz a busca, usando os poucos fragmentos da letra que eu tinha em memória:

http://bit.ly/2X5NdxF

Ela me devolveu um único hit, que foi uma página da Hemeroteca da Biblioteca Nacional <http://bit.ly/2J73DAY>, maravilhoso e gigantesco projeto de digitalização e indexação inteligentes usando tecnologia #DocPro <http://www.docpro.com.br>, 100% nacional:

http://memoria.bn.br/pdf/030015/per030015_1963_00140.pdf

O PDF tem a edição completa do Jornal do Brasil de 18 de junho de 1963. Como estou no celular, vasculhei página por página até achar este meu "troféu". Enfim, CONSEGUI!!!

Tá na página 4 do Caderno B, junto à margem direita, no pé da página — o titulo e a letra completa da canção, na a vigésima página do PDF, de um total de 30.



O nome da canção é «Alucinado» e, após poucos minutos de busca no YouTube, finalmente achei a dita cuja, interpretada pelo trio "Os Três Tons":

https://youtu.be/5emYN8tXyXw



O pior de tudo foi só agora perceber que o baixo desafina horrivelmente no tom mais grave!

Graças ao esplêndido Discogs descobri que minha canção perdida estava no lado B deste disco: http://bit.ly/2JepgPA. E tem até a foto do selo do lado B, que bate com a imagem que tenho na minha memória dos tempos de menino: http://bit.ly/31U8cHf.

O IMMuB também registra o disco <http://bit.ly/2XbC3wb>.

A versão da letra é de Esther Delamare <https://immub.org/compositor/esther-delamare>

Para saber mais detalhes sobre os três cantores, acesse http://bit.ly/2JcUDKF


Acesse o post original no blog para ver todas as fotos da reportagem: http://bit.ly/2X0he1O

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